quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ensaio Cheio de Amor

 Sim, comecei a ensaiar novamente o espetáculo anual Passos da Paixão, e esse ano promete muitas surpresas. Já nos primeiros dias de ensaio, me diverti com os exercícios diferentes de jogos teatrais que nos foram proporcionados. Rever os amigos foi bom de mais e conhecer a galera nova está sendo super legal.
 Hoje fizemos coisas baseadas no amor... kkk - Peraí, eu vou explicar! Foi proposto exercícios e improvisações baseados em um poema de João Cabral de Melo, que falava sobre o absurdo poder devorador do amor, confiram:

Os Três Mal-Amados
João Cabral de Melo Neto

Joaquim:
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés.  Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia 
"Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas",Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sem Direção


"Quando a neblina dispersar

Na luz amena da manhã
Tantos rumos pra seguir
Um horizonte perto
Em tudo que eu vejo aqui dentro


...Sem direção, sigo sem pensar
Sempre querendo me encontrar..."
By: Marjorie Estiano ( Musica: Sem Direção)



 Você já se viu dentro de um situação em que parece que não existe direção certa para seguir? É bem assim que estou me sentindo nesse momento, sem nenhum rumo certo. Sempre soube que na vida existe ciclos de altos e baixos que mudam de tempos em tempos, porém essas mudanças comigo acontecem muito rápido e fogem do meu controle. Eu tento assumir compromissos, correr atrás dos meus sonhos, como o teatro e a dança, mas sempre vem alguma coisa para me tentar afastar de tudo isso. E os amores, eu já nem penso mais nisso com frequência, meu coração anda confuso e sem intenção de se prender a ninguém, lamento que ainda existam pessoas que gostem de mim de verdade, mas terão que se contentar em esperar ou me esquecer, afinal não posso pensar nisso agora, torna-se trivialidade pensar em amor, uma coisa abstrata em um momento tão decisivamente tão concreto em minha vida. Escolher um rumo.
 Meus tão desejados 18 anos se aproximam, e tudo vai ficando mais complicado, para mim talvez signifique uma certa libertação, mas parece que terei que começar do zero e praticamente sozinho, com ajuda de algumas pessoas é claro, mas mesmo assim terei que conquistar tudo, pois agora me vejo sem nada e para começar preciso pensar e seguir um Norte, um rumo, uma direção.
 Escolher não é nada fácil, e decidir o que fazer depois que coisas que você não escolheu acontecem em sua vida é pior ainda. Mas tudo isso me leva a concluir que só saberei o que fazer quando eu pegar um barco astral e viajar para dentro de mim a fim de me encontrar, de me conhecer mais e mais, pois só sabendo mais sobre a minha fascinante figura, saberei ao certo por onde começar a seguir, qual será o primeiro passo da minha decisão de agir. Então aqui vou eu, rumo a mim mesmo em busca de direções.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O que eu tenho agora?

"Eu não tenho chão

Tudo em minhas mãos se quebra
Eu sou um cristal
Que acabou virando pedra" 


By: Luka (Trecho da Música: Quando você passa)


 Acordei ainda hoje, acreditando que tudo ia ser diferente, que meu ano seria bom e que eu poderia me acertar com o passado, pois só assim poderia prosseguir feliz rumo ao futuro. Mas a noite me trouxe uma trágica surpresa, me revelou que não tenho mais onde ficar, não tenho onde comer, nem onde morar. Fui jogado a deriva, levado arremessado para fora do lar, como uma coisa qualquer que já não se pode usar, não tem mais proveito, e a ideia de família, hoje para mim perdeu o seu sentido popular. 
 Nessas horas, o que eu poderia fazer, a não ser continuar a atuar, nesse grande palco da vida o show não pode parar, não poderia ficar só olhando, sentado na platéia a minha própria desgraça, enquanto, reclamando da injustiça e da má sorte que tive até hoje em minha vida. Então respirei fundo e dei voz a razão, buscando ajuda enquanto posso, como aqueles que me estimam de coração, e a isso sou grato, a colegas, amores antigos e verdadeiros amigos, pois sei que podem me dar força até o dia em que poderei me virar sozinho.
 Pode ter certeza que não dançarei sozinho pelas ruas, mas chegará o dia que dançarei celebrando minha vida, e todos dançaram comigo, pois sou forte e vou superar meus limites e não guardarei nada ruim, porque nasci para brilhar e luz eu serei.


domingo, 4 de janeiro de 2015

A Volta do Jovem ator

Olá querido diário, estou de volta então sumi por um tempo gostaria de viver meu momento sem me abrir para você. Porem estou de volta pra contar sobre tudo, tudo mesmo.
Hoje é dia 04/01/2015 estou voltando de Campo Limpo Paulista.
Meu final de ano foi maravilhoso fiquei em uma chácara chamada "Espaço Águia" do dia 31 até dia 04 comendo, bebendo, rindo, nadando e refletindo muito, eu percebi que 2014 foi um ano de autos e baixos principalmente baixos.
Foi o ano em que eu perdi 2 pessoas queridas, perdi o amor do meu amado Dourado e e minha vó fez sua passagem :'(! Hoje sinto falta dos dois muita falta mais assim a vida continua neh!
2014 foi muito importante onde aconteceu muitas coisas importantes. Agradeço a tudo e a todos e que 2015 seja o meu ano! Obrigado!


Visitas no Ibirapuera 


Troféus conquistados no VI Paris Star's Festival


Meu primeiro Espetáculo de Dança (Ballet)


Meu primeiro Espetáculo de Dança (Jazz)


Natal 2014




Feliz 2015